INTRODUÇÃO
O
Laboratório de Educação em Saúde e Ambiente - LAESA – do CPQRR/Fiocruz-Minas,
tem como um dos objetivos promover a divulgação científica na área da saúde e
do meio ambiente. Seguindo essa concepção, criou o CECIS – Centro de Educação,
Ciência e Saúde – cuja proposta é trabalhar o eixo central saúde humana sob uma
perspectiva transdisciplinar.Tendo em vista esse objetivo o CECIS, em sintonia
com as pesquisas desenvolvidas na Fiocruz, vem realizando atividades de
divulgação científica para a promoção da saúde.
As atividades de
divulgação científica desenvolvidas pelo CECIS seguem a concepção de que a
criança e o adolescente se beneficiam mais de experiências concretas e que integram
aspectos cognitivos e afetivose privilegiam o
lúdico e a interatividade (Schall, 2005; Pimenta et al., 2006).A seguir, são apresentadas algumas das possibilidades
para divulgar o conhecimento científico sobre saúde, em especial sobre a
dengue, e que têm sido utilizadas pela equipe do CECIS no desenvolvimento de
suas ações.
Mostra científica e recursos
lúdicos e interativos sobre a Dengue
A Dengueé uma doença
causada por um vírus e atinge principalmente os países de clima tropical.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), estima-se que três bilhões de
pessoas vivem em áreas de risco para contrair dengue no mundo. A doença é
transmitida pela picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti. A melhor
forma de se evitar a dengue é combater os focos de acúmulo de água, locais
propícios para a criação do mosquito transmissor (SVS, 2008). Assim, a
participação da população no combate ao mosquito vetor é preconizada por meio
de campanhas e ações governamentais, um grande desafio para as políticas de
prevenção da doença.
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Além dos equipamentos ópticos e
estereoscópicos, a mostra conta também com uma maquete da “Casa Perigosa” que
pode ser transformada em “Casa Segura” ou “Casa Protegida”. A maquete apresenta vários objetos em miniatura e
simula uma residência com vários locais que contêm água parada, propícios ao
desenvolvimento do mosquito Aedes
aegypti, vetor da doença. A proposta principal é fazer com que os
participantes detectem os possíveis focos de reprodução do mosquito e façam as
devidas intervenções na maquete com o objetivo de eliminá-los, praticando ações de prevenção.
Os desenhos animados
também apresentam grande potencial em divulgar a ciência. Assim sendo, a equipe do
CECIS produziu também o desenho
animado “AnimaDengue”que aborda práticas
preventivas da dengue para o público infanto-juvenil. O roteiro trata de
questões ambientais, como a urbanização do vetor e dadoença. Procura-se
aproximar a narrativa e o cenário ao cotidiano do público alvo, que pode ser
estimular à reflexão e à promoção de ações de prevenção ao se identificar com
os personagens e com as situações abordadas no desenho.O
divertimento proporcionado por esse recurso áudio-visual não é vazio de
conteúdos simbólicos, ou seja, nesses produtos o lúdico é sempre envolvido por
outros conteúdos, sejam eles políticos, culturais, sociais, religiosos e/ou
econômicos (Siqueira, 2002).
As experiências da equipe do CECIS na utilização de jogos
que abordam temas de saúde demonstram que, além de serem excelentes recursos
interativosoportunidade para testar novas habilidades, também são motivadores
de participação e envolvimento de crianças e jovens já que trazem situações de
trabalho em equipe, diversão, desafio e competição.
O jogo de dardo e o boliche, recursos simples e de fácil
compreensão das regras, tem sido utilizado nas atividades do CECIS. A diferença
é que, durante a execução dos jogos, mediadores realizam breves questionamentos
sobre temas de saúde.Há também o jogo da memória com figuras que representam
atos de prevenção, sintomas e meios de transmissão da Dengue. Esses jogos interativos buscam estimular o
diálogo sobre as doenças tropicais e motivar a participação do público ao se
propor um desafio competitivo.
OBJETIVOS
Procura-se explorar a possibilidade
de que o público tenha uma visão global da relação entre os aspectos
biológicos, sociais e culturais envolvidos na prevenção das doenças como a
dengue para que possa se perceber como parte desse processo e agir de acordo
com sua realidade e com seu contexto particular trabalhando com a perspectiva
de que essas atividades podem colaborar para minimizar o chamado “know-do-gap” – distanciamento que existe
entre aquilo que se sabe e o que se coloca em prática (Guimarães, 2010) –
conceito discutido no campo da saúde.
METODOLOGIA
O
desenvolvimento dessas atividades é baseado em referenciais teóricos dos campos
da Educação, da Educação em Saúde e da Ciência da Informação. São eles a Aprendizagem Significativa
(Ausubel, 1963; Novak e Gowin, 1984 citados em Moreira, 1999) e a Experiência
significativa (Schall, 2003).
RESULTADOS
E DISCUSSÃO
Estratégias
educacionais para a promoção da saúde e do cuidado com o meio ambiente procuram
não só informar, mas também - ao estimular o desenvolvimento de uma postura
crítica na população e considerar seus conhecimentos acerca do problema de
saúde e ambiente - criar condições para que a percepção sobre esse problema
efetive-se em um comportamento de prevenção ou de busca por sua superação e em
melhoria de qualidade de vida. (Schall, 2010).
Acreditamos que as atividades desenvolvidas e realizadas pelo CECIS
contribuem para a aproximação e ampliação da informação sobre saúde e prevenção
de riscos junto a população, como também para o crescimento da compreensão
sobre a ciência produzida em
Minas Gerais e no Brasil e sua interlocução com questões de
relevância para a sociedade.
CONCLUSÃO
Trazer contribuições da
ciência de forma lúdica e interativa permite que o conhecimento científico seja
desvinculado de um aprendizado livresco e memorizador e que possibilita
trabalhá-lo de maneira que despertee transforme emoções e estimule os sentidos,
promovendo uma experiência significativa. Tornando dessa forma, mais
simples aproximar a ciência da população e também de desmistificá-la como
atividade exclusiva do cientista.
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