Lidiane Martins Oliveira1
Fernanda Helena Nogueira-Ferreira2
Daniela Franco Carvalho Jacobucci2
1. Graduanda em Ciências Biológicas pela Universidade Federal de Uberlândia -
lidi.martinsoliveira@hotmail.com
2. Professora adjunta do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Uberlândia
- danielafcj@inbio.ufu.br / ferferre@inbio.ufu.br
Os museus surgiram a partir de grandes colecionadores que tinham gabinetes de curiosidades,
onde coletavam ao longo da vida um pouco da diversidade do mundo, podendo ser fósseis,
insetos, livros antigos, animais empalhados, e muito mais, no entanto essa coleção não era
aberta a toda sociedade. Ao final do século XVIII, a concepção de museu começou a mudar,
incentivados pelo desenvolvimento das ciências. A atração por fósseis obtidos pelas escavações,
e o crescimento das sociedades acadêmicas, fizeram com que essas coleções fossem passadas
para o controle do Estado, o que gerou uma nova organização e modificação no público desse
espaço. Junto com a modernização, o desenvolvimento científico e tecnológico, a globalização,
e uma nova ideia de tempo, apresentam-se novas exigências de ensino e conhecimentos que
integrem o mundo do trabalho, da divulgação científica, bem como o desenvolvimento da
própria cidadania. Os museus de ciências representam esse espaço de abrangência internacional
que inter-relaciona esses conhecimentos (LOPES, 1997).
Apoiando-se nos trabalhos de Hooper-Greenhill, especialista inglesa em educação em museus,
Lopes (1997) aponta que não existe a melhor forma de abordagem educativa em museus, pois
deve levar-se em conta a diversidade do público e a sua singularidade de interpretação, o que
Hooper-Greenhill (1994) indica que os diferentes grupos de visitantes que os freqüentam
possuem expectativas diferenciadas em relação à aprendizagem. Alguns preferem uma
experiência de aprendizagem informal, que pode ser descrita como “livre aprendizagem”,
enquanto outros estão mais interessados em uma experiência educacional mais direcionada,
proporcionada por mediadores (curadores, professores, monitores, voluntários, artistas, etc.).
Ressalta também que o processo de aprendizagem nesses espaços é freqüentemente centrado nas
exposições e que o “diálogo” entre elas e o público pode assumir diferentes estilos e formas de
interpretação. Quando se pensa no papel educativo dos museus, o tema da aprendizagem é de
Os autores agradecem o apoio financeiro da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais
- FAPEMIG
fundamental importância.Dessa forma percebemos a importância de criar um perfil geral dos
visitantes de um museu, de forma a entender esse público cada vez mais diferenciado.
Na década de 80, a concepção educativa de exposições em museus se baseavam no pensamento
construtivista, que enfatiza o papel do indivíduo ativo na construção de seu próprio aprendizado,
afirmando que “a aprendizagem é um processo dinâmico que requer uma interação constante
entre o indivíduo e o ambiente”.
A partir da década de 90 esses estudos sobre a aprendizagem em museus se intensificaram. As
investigações sobre a natureza do processo de aprendizagem (FALK e DIERKING, 1995), sobre
a aprendizagem em grupos familiares (BORUN et al., 1997; BORUN, 1995), sobre padrões de
interação entre exposições-professores-estudantes (FALCÃO, 1999; CAZELLI et al., 1997),
sobre a aprendizagem por meio de modelos mentais e modelagem (GILBERT e PRIEST, 1997;
GILBERT, 1995; FALCÃO et al., 1998) e sobre aprendizagem com enfoque nas interações
sociais (MARANDINO et al., 1998; GASPAR, 1993) demonstraram o avanço qualitativo das
pesquisas relacionadas à temática da aprendizagem em museus.
Hooper-Greenhill (1994) afirma que o significado do objeto na exposição é condicionado pela
relação que ele estabelece com os outros objetos e com os recursos utilizados, por meio de
etiquetas, textos, etc., para auxiliar na interpretação do visitante.No entendimento dessa autora,
grande parte das exposições ainda é elaborada sem levar em conta o público que irá visitá-las,
sendo que a concepção da exposição depende diretamente do conceito de público e do processo
comunicativo com o qual se trabalha.
Ainda, segundo a autora, existem duas abordagens de comunicação em museus: a abordagem
transmissora e a abordagem cultural. Em seu trabalho, faz uma revisão da literatura sobre os
processos comunicativos nos museus, afirmando que o modelo transmissor é o mais familiar
nesses espaços. Esse modelo entende a comunicação “como um processo de concessão e de
envio de mensagens e transmissão de idéias, de uma fonte de informação para um receptor
passivo” (HOOPER-GREENHILL, 1994), com objetivos de controle. Dessa forma, o modelo
transmissor é dominante quando o museu não coloca questões para o público sobre suas
experiências, não faz uma auto reflexão, não implementa processos avaliativos, não realiza
consultas e não colabora com aqueles que usufruem dele.
Por outro lado, para a perspectiva da abordagem cultural “a realidade não se encontra intacta”
e é moldada por meio de um “processo contínuo de negociação, o qual envolve os indivíduos
que, a partir de suas experiências, constroem ativamente seus próprios significados” (HOOPER-
GREENHILL, 1994). Nesse caso, a comunicação é vista como um processo de troca, de
participação e de associação. Um processo eminentemente cultural que cria a organização
e o significado por meio da produção de sentidos. As pesquisas com base na abordagem
cultural tornam-se fundamentais para compreender como o visitante constrói o sentido para
si e quais as implicações disso para o planejamento das atividades nos museus. Aqui pode ser
evidenciada a estreita relação entre educação e comunicação, especialmente no Brasil, país
marcado por desigualdades sócio-econômicas. É fundamental pensar estratégias para lidar com
os contextos culturais de diversos grupos sociais no processo de produção de conhecimento, de
A partir dessas breves perspectivas de diferentes autores vem sendo desenvolvido vários estudos
que visam um método que proporcione maior interação entre a ciência e o indivíduo, tornando
essa relação mais estreita para a construção do conhecimento e divulgação científica.
Este plano de trabalho está inserido no projeto “Modernização da Exposição Permanente
e Diversificação das Estratégias de Divulgação Científica do Museu de Biodiversidade do
Cerrado”, que conta com apoio financeiro do CNPq e FAPEMIG (processo nº 559231/2009-
1). A temática da pesquisa proposta será de extrema importância na atualização de dados para
essa remodelagem e modernização do Museu de Biodiversidade do Cerrado seja possível, uma
vez que poderemos focar elementos de mostra e divulgação científica sobre assuntos do bioma
Cerrado específicos para um público conhecido.
O Museu de Biodiversidade do Cerrado é uma Unidade Especial do Instituto de Biologia da
Universidade Federal de Uberlândia. Foi inaugurado em maio de 2000 e configura-se como um
espaço de promoção de atividades de divulgação científica sócio-educativas e como centro de
pesquisa na área de Educação em Ciências. Possui um acervo didático de espécies animais e
vegetais representativas do bioma Cerrado em exposição permanente e um acervo científico de
répteis, anfíbios, mamíferos, aves e invertebrados, resultante de pesquisas acadêmicas.
Em 2002, quando o MBC firmou convênio com a Prefeitura Municipal de Uberlândia, a
coleção didática, antes localizada em um anexo da Universidade, foi transferida para o Parque
Municipal Victório Siquierolli, cuja área total, de 232.300 m², é composta por vegetação típica
do Cerrado. Atualmente, o MBC e o Parque Siquierolli recebem um fluxo de visitantes de
aproximadamente 4500 pessoas por mês, formado principalmente por escolares do Ensino
Fundamental de instituições públicas e privadas da cidade de Uberlândia e região do entorno.
O Museu de Biodiversidade do Cerrado é o único equipamento científico-cultural dessa
natureza no Brasil e no mundo, pois está voltado à popularização do conhecimento acumulado
sobre temas do Bioma Cerrado, um hotspot em termos de biodiversidade planetária.
Atualmente há uma grande preocupação em estudo de públicos dos Museus, com o objetivo de
criar um perfil de visitante a fim de levantar informações para o planejamento de atividades,
formular novos programas, avaliar a eficácia dos projetos, construir novas teorias, e dessa forma
contribuir para ampliação e divulgação do conhecimento. Nesse contexto o Museu deve ser
compreendido como um espaço transitório nos processos de aprendizagem. Dessa forma há
também uma exigência em priorizar ações sistematizadas no sentido de realinhar o modo de
ver dos professores em relação ao museu.
Os pesquisadores que trabalham nas experiências de educação e museu tem percebido que a
maioria dos professores entende que o espaço museal deve oferecer oportunidades de suprir em
parte, algumas carências da escola, ou seja, a falta de laboratórios, de recursos audiovisuais,
deficiências dos livros didáticos, entre outros, tornando a relação museu-escola como
“suplementar”, ao passo que deveria ser considerada uma situação de complementariedade,
proporcionando a aprendizagem de conteúdos da escolarização formal de forma direcionada,
interativa e livre, nesse sentido o museu funciona como uma ferramenta da aprendizagem,
evidenciando a correlação de ações entre as duas instituições.
Nesse contexto percebemos a importância de criar um perfil geral dos visitantes de um museu,
de forma a entender esse público cada vez mais diferenciado. Dessa forma o objetivo dessa
pesquisa é conhecer de forma mais ampla o público visitante do Museu de Biodiversidade do
Cerrado, tanto nos aspectos quantitativos como qualitativos, para que a modernização desse
museu seja realizada de forma ponderada com os anseios do público que o visita. De forma
específica, desejamos investigar as relações do público visitante com a exposição do Museu de
Embora no Brasil não haja uma preocupação central no campo museal de compreensão do
público visitante para adequação das estratégias de mostra, o estudo sobre os visitantes de
museus de ciências tem sido alvo de investigação de diversos pesquisadores na área de educação
em museus. Para Marandino (2008), a perspectiva educativa vem sendo alvo de interesse cada
vez maior do público, que hoje visita os museus de ciências em busca de experiências variadas,
entre elas a aprendizagem. Ellenbogen e colaboradores (2004) reforçam que as pesquisas sobre
por que famílias freqüentam museus e o que aprendem com essas experiências estão ganhando
força em países que têm tradição no campo museal.
Nossa proposta foi conhecer melhor os visitantes do Museu de Biodiversidade do Cerrado para
aliar a modernização do museu às expectativas e demandas do público.
Com base no trabalho de Studart (2005) serão entrevistados 300 visitantes, incluindo escolares,
professores e visitantes espontâneos, a partir de assinatura do termo de consentimento livre e
esclarecido. Os roteiros de entrevista semi-estruturada (LAVILLE e DIONNE, 1999) serão
específicos para cada um dos grupos de visitantes, levando-se em consideração os elementos
fundamentais para abordagem dos aspectos quantitativos e qualitativos.
Atualmente o público do Museu de Biodiversidade do Cerrado se divide em três grupos:
Escolares e professores do Ensino Infantil, Ensino Fundamental, Ensino Médio e Ensino
Superior- 99% dos visitantes; Espontâneos que se constituem de Famílias, grupos sociais
(empresas, igrejas, amigos), crianças, jovens e adultos- 1% dos visitantes.
Dessa forma pretendemos avaliar os resultados dessa pesquisa segundo duas perspectivas, a
análise quantitativa e qualitativa. Na análise quantitativa Judy Diamond (1999:22) diz-nos
que os estudos de avaliação que se baseiam em métodos quantitativos preveem classificar
as opiniões e os comportamentos dos visitantes estabelecendo categorias. E na análise
qualitativa os métodos qualitativos consistem em três tipos de coleta de dados: em entrevistas
e opiniões, observação direta, e documentos escritos (Patton,1990:10). Foi entrevistado
prioritariamente um Público escolar, no total de 33 visitantes do Museu de Biodiversidade
do Cerrado- MBC, número inferior ao previsto, sendo que três são professoras do Ensino
Fundamental de Português, Geografia e Ciências e 30 alunos do Ensino Fundamental de 6° e
7° ano. A metodologia de trabalho segue os roteiros de entrevista semi-estruturada (LAVILLE
e DIONNE, 1999) serão específicos para cada um dos grupos de visitantes, levando-se
em consideração os elementos fundamentais para abordagem dos aspectos quantitativos e
Perguntas para os escolares: Em qual ano escolar você está? Qual sua idade? Qual a última
vez que fez uma visita a um museu? Com quem costuma vir? É a primeira vez que visita este
museu? O que achou do museu? O que achou das exposições? O que mais se interessou na
exposição? Já conhecia alguma coisa sobre o tema que viu no museu? O que aprendeu com a
visita no Museu? Gostaria que o professor tratasse mais desses assuntos em sala de aula? Porque
é importante preservar? Pra você qual a importância do Museu?Gostaria de voltar ao Museu?
Público Escolar: Dentre os entrevistados o ano varia de 6° a 7° ano do Ensino Fundamental.
E a idade está entre 10 a 12 anos. O público escolar composto de alunos e professores é o
público mais representativo no Museu de Biodiversidade do Cerrado. Uma vez que muitos
professores utilizam visitas, aulas de campo, como uma estratégia de ensino e aprendizagem. O
público espontâneo formado por famílias e grupos é menos frequente.
De 30 alunos entrevistados, apenas um visita o Museu com amigos, quatro costumam visitar
espaços não formais com a família, quatro visitam frequentemente com a escola e também
com a família, quatro visitaram o MBC pela primeira vez com a escola e 17 alunos costumam
visitar Museus somente com a escola. A maioria já tinha visitado algum Museu recentemente,
desde 2006 até 2012.Muitos ainda consideram o museu como um espaço exclusivo escolar,
e ainda não acreditam que o museu vai além de um espaço para se adquirir conhecimentos,
mas também de lazer, diversão, entretenimento .“O conhecimento científico não se resume ao
contexto estritamente escolar”. Essa afirmação é cada vez mais presente entre educadores em
ciências e a compreensão do que é ciência figuram como elementos importantes na construção
da cidadania de um povo, que recebe informações por meio dos espaços escolares e dos veículos
de comunicação, como jornais, revistas, televisão e internet.
Dentre os 30 alunos entrevistados 15 visitaram o MBC pela primeira vez. Todos consideram
o Museu legal e interessante como podemos constatar em suas próprias falas: aluno 14 “Achei
muito interativo, legal, tem muitos desenhos nas paredes, tem também o cantinho das abelhas
que é uma novidade.” Aluno 19 “Achei muito interessante, porque a gente aprende tanto na
escola como aqui.” Aluno 20 “Achei muito legal, porque eu aprendi muito sobre os animais,
eu vi o tamanho de uma pele de uma cobra, os peixes, e outras coisas.” Dessa forma podemos
concluir que tanto os alunos gostam de visitar os Museus uma vez que alunos saem da rotina
do giz e da lousa, e são estimulados a observar e analisar seu próprio meio e as informações
que recebem nesses espaços não formais, que se utilizam na maioria das vezes de estratégias de
comunicação que acabam tornando a relação de visitante-exposição mais próxima, interativa, e
Todos os alunos entrevistados consideram as exposições do Museu interessante, legal, e bonita.
E o que mais chamou a atenção foram os animais empalhados, entre todos os depoimentos
percebe-se que a maioria fica impressionada e cita algum bicho que lhe chamou mais atenção.
Entre eles tem-se Corujas, Lobo guará, e a pele de uma cobra que atinge 5,50 cm. Aluno 24:
“Achei muito interessante, pois a gente aprendeu muito, viu o tamanho deles, como eles viviam
o que comiam. O que mais me chamou atenção foi a coruja pegando um rato.” Aluno 22: “
Achei interessante, porque tem animais que eu nunca tinha visto.” Aluno 14: “ As exposições
estão interativas, a gente leu sobre os animais, conheceu novos espécies e como eles vivem. O
que mais me chamou atenção foi a coruja empalhada.” Dentre os depoimentos teve um aluno
entrevistado que ao contrário dos outros achou interessante a forma como ele foi tratado pela
equipe e funcionários do museu: Aluno 3 “ Achei a exposição muito legal, parece até realidade!
Mas, me chamou mais atenção a forma como os funcionários tratam a gente, conversam, e
explicam.” De acordo com Falaschi & Soler, 2010; um aspecto importante para a obtenção
desses resultados é a organização dos museus para que consigam envolver os visitantes em suas
atividades. Estudos apontam que um museu deve defini r os conteúdos que oferece conforme a
realidade local ou regional, envolvendo ainda questões atuais que exijam reflexão da sociedade.
É nesse contexto que o MBC se insere com um acervo didático de espécies animais e vegetais
representativos do bioma Cerrado em exposição permanente e um acervo científico de répteis,
anfíbios, mamíferos, aves e invertebrados, resultante de pesquisas acadêmicas.
Todos os entrevistados responderam que já conhecia sobre o tema do Museu, O Cerrado e
afirmam ter estudado na escola. Embora, a pouca importância que é dada a este Bioma, visto
que existem poucas informações a seu respeito, faltam figuras e fotos representativas em livros
didáticos, ausência de debates a cerca de sua exploração e provável extinção, sem contar a
carência de informações em torno da grande biodiversidade. Com isso pode-se concluir que pelo
menos nas escolas dessa região, o Bioma Cerrado, está incluído no currículo escolar.
Em uma questão, nota-se que cada entrevistado enfoca alguma peculiaridade sobre o que
aprendeu, por exemplo: aluno 6 “Aprendi coisas sobre o tamanduá, o lobo- guará”. Aluno 8:
“Aprendi sobre o cerrado, as abelhas e o museu.” Aluno 20: “Aprendi que para empalhar os
animais, retiram os órgãos e principalmente os olhos e a língua.” Aluno 24: “Aprendi que os
animais vivem em diferentes tipos de Biomas, e que eles caçam seu alimento de várias formas.”
Mas nas entrevistas constata-se que grande parte dos alunos responderam que aprenderam
sobre a preservação do meio ambiente, inclusive do Cerrado que está ao nosso redor. Aluno 28:
“Aprendi que a gente deve preservar e cuidar do meio ambiente”. Aluno 30: “Aprendi que é
importante preservar, sobre os animais do Cerrado.” Aluno 11: “Aprendi que devemos cuidar
da floresta e dos animais.” Nesse meio Borun et al., 1983 diz que : (...) a verdadeira força da
experiência no museu não se baseia na eficácia em transmitir quantidades de conteúdo, mas na
capacidade de gerar entusiasmo e interesse na aprendizagem da ciência.”
Todos os entrevistados evidenciam em suas falas que gostariam que os professores tratassem
mais de temas como Cerrado, meio ambiente, e preservação na sala de aula. Uma vez que
entendem a importância da preservação do Meio ambiente para a integridade do planeta bem
como a Preservação do Cerrado para a biodiversidade e equilíbrio da natureza. Observamos
algumas falas: Aluno 11 “Sim, porque é um assunto bem legal. É importante preservar,
pois sem as árvores a gente não vive, precisamos do Oxigênio que elas liberam.” Aluno 13:
“Sim. Porque é um assunto muito importante. Pois preservando o meio ambiente trazemos
mais benefícios pra gente.” Aluno 14 “Sim, seria interativo. É importante preservar o meio
ambiente porque a gente faz parte dele.” Aluno 20 “Sim. É importante preservar e conhecer
porque muitos caçadores matam os animais e ninguém sabe a importância que eles tem na
nossa vida. Por exemplo, as abelhas produzem o mel, as árvores produzem o oxigênio pra nós
através da fotossíntese.” O contato com a ciência nos museus é capaz de despertar o prazer
pelo conhecimento e pelo aprendizado de forma marcante e efetiva, especialmente quando esse
contato inclui questionamentos adequados e orientações para a busca de possíveis explicações
e para a elaboração de hipóteses, além de debates sobre temas vinculados ao cotidiano dos
estudantes. (FALASCHI, R.L. & SOLER, G. M., 2010).
Quando se pergunta da importância de um museu para a sociedade todos os alunos entenderam
a importância do MBC e conseguiram expressar a sua função para a sociedade. Por exemplo,
Aluno 29: “O museu é importante para mostrar pros seres humanos que o meio ambiente
também é nosso e devemos cuidar dele.” Aluno 26 : “É importante para ensinar, instruir, ajudar
as pessoas a entender a teoria na prática.” Aluno 24: “É transmitir a educação, a gente se diverti
e aprende ao mesmo tempo.” Aluno 21: “O Museu é importante para que outros alunos e
outras pessoas possam conhecer os animais que nunca viram.” Aluno 18: “É conscientizar as
pessoas daquilo que é errado, que a gente não pode fazer no Cerrado, ou em qualquer bioma,
e a preservação no geral.” Os museus científicos devem desempenhar várias funções sociais:
da investigação à difusão da cultura científica, da preservação do patrimônio à conscientização
para a preservação ambiental, do estímulo a vocações à formação de especialistas. (FALASCHI,
Todos os entrevistados afirmam querer voltar ao museu. Alguns ainda dizem que vai trazer a
família, e ensinar tudo o que ele aprendeu. Aluno 20: “Sim. Com minha família pra eu explicar
tudo que aprendi.” Aluno 26: “ Sim. Para trazer minha família.” Em uma pesquisa sobre
visitantes e exposição Borun et al., 1983, concluiu que: “Os resultados indicaram que a visita ao
museu produziu aprendizagem, porém tanto quanto a palestra do mesmo assunto. A diferença
estava no ganho afetivo, pois a visita à exposição gerou maior interesse dos alunos em aprender
mais e foi considerada mais divertida”.
A museóloga Maria Célia Moura Santos diz que “o conceito de museu[em geral, não específicos
aos de ciências], para a grande maioria de professores e alunos, ainda permanece como ‘um
local onde se guardam coisas antigas’, sendo que o patrimônio cultural é compreendido como
algo que se esgota no passado, cabendo aos sujeitos sociais contemplá-los de maneira passiva,
sem nenhuma relação com a vida, no presente”.
Além disso, nota-se por parte dos visitantes frequentes, principalmente professores e alunos, que
observaram mudanças e melhorias ocorridas no Museu de Biodiversidade do Cerrado desde a
sua modernização, tanto na forma de recepção das visitas, que atualmente possui mediadores
além da equipe técnica do Museu, tanto em relação à exposição que se tornou mais dinâmica,
Assim, desejamos conhecer mais o público visitante do Museu de Biodiversidade do Cerrado,
tanto nos aspectos quantitativos como qualitativos, para que a modernização desse museu
seja realizada de forma ponderada com os anseios do público que o visita. Dessa forma, os
professores atuam como parceiros na tarefa de construção do conhecimento engendrada por seus
alunos antes, durante e depois da visita ao Museu. A partir de estudos e modernização do MBC
espera-se que o Museu auxilie os professores na compreensão do potencial educacional dos
museus e na preparação da visita, bem como sugestões para que a aprendizagem feita através do
contato ou diálogo com os objetos do Museu seja uma experiência rica e estimulante. Pretende-
se ainda confeccionar materiais paradidáticos do MBC que possam ser utilizados como
ferramenta auxiliar na construção do saber e na divulgação do conhecimento científico. Essas
reflexões tiveram como objetivo ampliar a participação da escola e do museu na alfabetização
científica da sociedade, respeitando a atuação do professor nesse processo.(FENSHAM, 1999;
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- O "Colóquio Internacional: Tendências contemporâneas da comunicação científica: desafios e perspectivas" foi promovido pela Diretoria de Divulgação Científica, orgão da Pró-Reitoria de Extensão da Universidade Federal de Minas Gerais. Foram debatidos os principais desafios da comunicação científica contemporânea tanto em ambientes corporativos quanto em redes entre países da América do Sul.
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