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O "Colóquio Internacional: Tendências contemporâneas da comunicação científica: desafios e perspectivas" foi promovido pela Diretoria de Divulgação Científica, orgão da Pró-Reitoria de Extensão da Universidade Federal de Minas Gerais. Foram debatidos os principais desafios da comunicação científica contemporânea tanto em ambientes corporativos quanto em redes entre países da América do Sul.

terça-feira, 16 de outubro de 2012

TV é CIENCIA – CAMINHOS DO JORNALISMO CIENTÍFICO NO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO – PRIMEIROS PASSOS


TV é CIENCIA – CAMINHOS DO JORNALISMO CIENTÍFICO NO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO – PRIMEIROS PASSOS

 

Lucyano Jesus Ribeiro – estudante do curso de mestrado em Políticas Públicas e Desenvolvimento Local - Escola Superior de Ciências da Saúde da Santa Casa de Misericórdia de Vitória – Emescam. Lucyanoribeiro2009@hotmail.com

César Albenes de M. Cruz – professor orientador.

RESUMO

A análise do programa televisivo semanal TV é CIENCIA, veiculado pela TV Educativa do Estado do Espírito Santo, desde 2007, dentro de uma perspectiva crítica das Ciências Sociais, da relação entre ciência e sociedade, das políticas públicas de comunicação social e de divulgação científica no Brasil e no Estado do Espírito Santo é o principal objetivo de nosso trabalho. Referências bibliográficas e ferramentas de análise e fundamentos de Gêneros e Formatos que possibilitem um diálogo com o caso do programa TV é CIÊNCIA para verificar quais pontos convergem e/ou distanciam da sua prática com as do jornalismo científico e da divulgação científica, além de entrevistas com seus realizadores, são os caminhos metodológicos. Por fim, a pesquisa possibilita, ainda, o registro histórico de uma iniciativa pioneira na televisão do Espírito Santo, que poderá servir como fonte para gestores, profissionais e acadêmicos interessados na divulgação e jornalismo científico.

Palavras-chaves: Jornalismo Científico; Divulgação Científica; Comunicação das Ciências; Política Pública de Comunicação da Ciência.

 

INTRODUÇÃO

A percepção da necessidade de se ampliar os canais de comunicação e possibilitar uma melhor aproximação do universo acadêmico da sociedade em geral no estado do Espírito Santo não é nova. Divulgar a produção de novos conhecimentos gerados nas mais diversas áreas das ciências e tecnologias, refletir sobre como essas inovações acadêmicas são percebidas e apropriadas pela comunidade e analisar a prática da comunicação da ciência e tecnologia no território capixaba sempre esteve na ordem do dia. Porém, poucos se arriscaram e uma ação mais efetiva para que isso se desse teve início apenas em 2007, com a veiculação do programa televisivo semanal TV é CIÊNCIA, pela TV Educativa do Espírito Santo.

Fruto de reflexões realizadas pela Secretaria de Estado da Ciência e Tecnologia com participação de professores e pesquisadores do meio acadêmico, principalmente da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), além de profissionais da TV Educativa do Estado, Autarquia vinculada à Superintendência de Comunicação do Espírito Santo, sob coordenação de pesquisadores do Centro de Educação da Ufes, o programa TV é CIENCIA foi o primeiro a ser veiculado em emissoras abertas de televisão sediadas no Espírito Santo assumidamente com objetivos de popularizar a ciência e democratizar o acesso ao conhecimento, através das práticas e princípios do jornalismo científico e da divulgação científica.

A aprovação pelos telespectadores pôde ser verificada rapidamente através dos resultados apontados em pesquisa de opinião pública realizada pelo IBOPE, no mesmo ano de 2007, que apontava uma audiência em torno de 30 mil telespectadores, colocando o TV é CIÊNCIA em terceiro lugar na grade de programação da TV Educativa do Espírito Santo, com apenas sete meses de veiculação. Mas, o ineditismo da sua proposta ainda representa um grande desafio profissional à equipe de realização, bem como ainda é praticamente inexistente análises e estudos mais aprofundados de sua prática, seus enunciados e recepção pelos telespectadores.

Como jornalista da TV Educativa do Espírito Santo, tivemos a oportunidade de participar desde o início da produção do programa TV é CIENCIA, como diretor e apresentador. Logo em 2008, iniciamos um curso de Pós-Graduação Lato Sensu em Linguagens Audiovisuais e Multimídia, oferecido pelo Departamento de Comunicação Social, da Universidade Federal do Espírito Santo e dois anos mais tarde o curso de mestrado em Políticas Públicas e Desenvolvimento Local oferecido pela Escola Superior de Ciências da Saúde da Santa casa de Misericórdia de Vitória - Emescam, tendo sempre como objeto de estudos a análise do programa TV é CIÊNCIA.

No Brasil, ainda é pequena a produção e veiculação de programas voltados à divulgação científica nas emissoras abertas de televisão. Algumas experiências podem ser encontradas em emissoras fechadas vinculadas às Instituições de Ensino e Pesquisa e Universidades. Por outro lado, no País, cresce cada vez mais a produção acadêmica sobre comunicação das ciências e tecnologias, impulsionada pela ampliação do número de faculdades de comunicação e ciências sociais e maior investimento pelo Poder Público. O que não ocorre no estado do Espírito Santo, onde não são oferecidos cursos de Pós-Graduação em Comunicação Social e Divulgação Científica. A alternativa aos interessados e incomodados é realizar estudos transdiciplinares através de programas oferecidos por áreas afins, como nosso caso.

 

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Tendo como principal objetivo a análise do programa televisivo semanal TV é CIENCIA, dentro de uma perspectiva crítica das Ciências Sociais, da relação entre ciência e sociedade, das políticas públicas de comunicação social e de divulgação científica no Brasil, propomo-nos a investigar a história do jornalismo científico no País e no mundo, seus princípios, técnicas, formatos e linguagens e pontos de aproximação e distanciamento do próprio programa TV é CIENCIA. Aqui, tendo, ainda, como referência a experiência de outros programas televisivos similares.

Outro aspecto é verificar o processo de produção e veiculação do programa TV é CIENCIA e suas relações no contexto local, além de criar um feedback com seus realizadores e colaboradores para verificar os seus pontos de vista e necessidades. O caminho adotado, então, são referências bibliográficas e ferramentas de análise e fundamentos de gêneros e formatos e contexto comunicativo que possibilitassem um diálogo com o caso do programa TV é CIÊNCIA. Quais pontos convergem e/ou distanciam da sua prática com as do jornalismo científico e da divulgação científica?

Com essas ferramentas metodológicas, iniciamos a análise do programa TV é CIÊNCIA, constatando a possibilidade de sua identificação como produto de jornalismo científico e como ação pública de comunicação da ciência e tecnologia. Como manda a prudência, não tivemos a pretensão de apresentar conceitos fechados. Como também, estamos cientes da limitação do trabalho realizado, o que, aliás, cria uma grande motivação para novos trabalhos.

A pesquisa possibilita, ainda, o registro histórico de uma iniciativa pioneira na televisão do Espírito Santo, o que poderá servir como fonte para novos e antigos profissionais na prática diária, bem como para acadêmicos, pesquisadores e interessados na divulgação e jornalismo científico, além de poder subsidiar a ação de agentes públicos na implementação e gestão de políticas de comunicação da ciência e tecnologia. Essa é nossa esperança.

 

REFERÊNCIAS

ARONCHI C. José. Gêneros e Formatos na Televisão Brasileira. São Paulo: Sumus, 2004.

BUENO, Wilson da Costa. Jornalismo Científico no Brasil: Aspectos Teóricos e Práticos. Coleção Comunicação Jornalística e Editorial. São Paulo: ECA/USP, 1984.

CASTRO, Ildeu. A Popularização da Ciência e Tecnologia como um Elemento de Inclusão Social. Ministério da Ciência e Tecnologia. Secretaria de Ciência e Tecnologia para Inclusão Social. Departamento de Difusão e Popularização da Ciência e Tecnologia. Brasília, DF, 2005.

DUARTE, B. Elizabeth; CASTRO, L. Maria (Org.). Comunicação Audiovisual: Gêneros e Formatos. Porto Alegre: Sulina, 2007.

MACHADO, Arlindo. Pode-se falar em Gêneros e Formatos na Televisão?. Revista FAMECOS. Nº 10, 1999.

OLIVEIRA, Fabíola de. Jornalismo Científico. 2ed. São Paulo: Contexto, 2005.

RIOS, Aline; MACHADO, Ana; KNOLL, Flaiane; OLIVEIRA, Márcio; PORTES, Marlene; SILVA, Tiago. Jornalismo Científico: Compromisso de Divulgar Ciência à Sociedade. Ponta Grossa: Letras e Artes, 2005.

World Federation of Science Journalists. Curso on-line de Jornalismo Científico; Coordenação da edição em português Luisa Massarani; Tradução e Adaptação Catarina Chagas; Ilustração de Kalanders Sempler. Rio de Janeiro: Museu da Vida/ Casa Oswaldo Cruz/ Fiocruz, 2009.

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