TV
é CIENCIA – CAMINHOS DO JORNALISMO CIENTÍFICO NO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO –
PRIMEIROS PASSOS
Lucyano
Jesus Ribeiro – estudante do curso de mestrado em
Políticas Públicas e Desenvolvimento Local - Escola Superior de Ciências da
Saúde da Santa Casa de Misericórdia de Vitória – Emescam. Lucyanoribeiro2009@hotmail.com
César
Albenes de M. Cruz – professor orientador.
RESUMO
A
análise do programa televisivo semanal TV é CIENCIA, veiculado pela TV
Educativa do Estado do Espírito Santo, desde 2007, dentro de uma perspectiva
crítica das Ciências Sociais, da relação entre ciência e sociedade, das
políticas públicas de comunicação social e de divulgação científica no Brasil e
no Estado do Espírito Santo é o principal objetivo de nosso trabalho. Referências bibliográficas e ferramentas de análise e
fundamentos de Gêneros e Formatos que possibilitem um diálogo com o caso do
programa TV
é CIÊNCIA para verificar quais pontos convergem e/ou distanciam da sua prática
com as do jornalismo científico e da divulgação científica, além de
entrevistas com seus realizadores, são os caminhos metodológicos. Por
fim, a pesquisa possibilita, ainda, o registro histórico de uma iniciativa
pioneira na televisão do Espírito Santo, que poderá servir como fonte para gestores,
profissionais e acadêmicos interessados na divulgação e jornalismo científico.
Palavras-chaves:
Jornalismo Científico; Divulgação Científica; Comunicação das Ciências; Política
Pública de Comunicação da Ciência.
INTRODUÇÃO
A percepção da necessidade de se ampliar os canais de comunicação
e possibilitar uma melhor aproximação do universo acadêmico da sociedade em
geral no estado do Espírito Santo não é nova. Divulgar a produção de novos
conhecimentos gerados nas mais diversas áreas das ciências e tecnologias,
refletir sobre como essas inovações acadêmicas são percebidas e apropriadas
pela comunidade e analisar a prática da comunicação da ciência e tecnologia no
território capixaba sempre esteve na ordem do dia. Porém, poucos se arriscaram
e uma ação mais efetiva para que isso se desse teve início apenas em 2007, com a
veiculação do programa televisivo semanal TV é CIÊNCIA, pela TV Educativa do Espírito
Santo.
Fruto de reflexões realizadas pela Secretaria de Estado da Ciência
e Tecnologia com participação de professores e pesquisadores do meio acadêmico,
principalmente da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), além de
profissionais da TV Educativa do Estado, Autarquia vinculada à Superintendência
de Comunicação do Espírito Santo, sob coordenação de pesquisadores do Centro de
Educação da Ufes, o programa TV é CIENCIA foi o primeiro a ser veiculado em
emissoras abertas de televisão sediadas no Espírito Santo assumidamente com
objetivos de popularizar a ciência e democratizar o acesso ao conhecimento,
através das práticas e princípios do jornalismo científico e da divulgação
científica.
A aprovação pelos telespectadores pôde ser verificada rapidamente
através dos resultados apontados em pesquisa de opinião pública realizada pelo
IBOPE, no mesmo ano de 2007, que apontava uma audiência em torno de 30 mil
telespectadores, colocando o TV é CIÊNCIA em terceiro lugar na grade de
programação da TV Educativa do Espírito Santo, com apenas sete meses de
veiculação. Mas, o ineditismo da sua proposta ainda representa um grande
desafio profissional à equipe de realização, bem como ainda é praticamente
inexistente análises e estudos mais aprofundados de sua prática, seus
enunciados e recepção pelos telespectadores.
Como jornalista da TV Educativa do Espírito Santo, tivemos a
oportunidade de participar desde o início da produção do programa TV é CIENCIA,
como diretor e apresentador. Logo em 2008, iniciamos um curso de Pós-Graduação Lato Sensu em Linguagens Audiovisuais
e Multimídia, oferecido pelo Departamento de Comunicação Social, da
Universidade Federal do Espírito Santo e dois anos mais tarde o curso de
mestrado em Políticas Públicas e Desenvolvimento Local oferecido pela Escola
Superior de Ciências da Saúde da Santa casa de Misericórdia de Vitória -
Emescam, tendo sempre como objeto de estudos a análise do programa TV é CIÊNCIA.
No Brasil, ainda é pequena a produção e veiculação de programas
voltados à divulgação científica nas emissoras abertas de televisão. Algumas
experiências podem ser encontradas em emissoras fechadas vinculadas às
Instituições de Ensino e Pesquisa e Universidades. Por outro lado, no País,
cresce cada vez mais a produção acadêmica sobre comunicação das ciências e
tecnologias, impulsionada pela ampliação do número de faculdades de comunicação
e ciências sociais e maior investimento pelo Poder Público. O que não ocorre no
estado do Espírito Santo, onde não são oferecidos cursos de Pós-Graduação em
Comunicação Social e Divulgação Científica. A alternativa aos interessados e
incomodados é realizar estudos transdiciplinares através de programas oferecidos
por áreas afins, como nosso caso.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Tendo
como principal objetivo a análise do programa televisivo semanal TV é CIENCIA,
dentro de uma perspectiva crítica das Ciências Sociais, da relação entre
ciência e sociedade, das políticas públicas de comunicação social e de
divulgação científica no Brasil, propomo-nos a investigar a história do
jornalismo científico no País e no mundo, seus princípios, técnicas, formatos e
linguagens e pontos de aproximação e distanciamento do próprio programa TV é
CIENCIA. Aqui, tendo, ainda, como referência a experiência de outros programas
televisivos similares.
Outro
aspecto é verificar o processo de produção e veiculação do programa TV é
CIENCIA e suas relações no contexto local, além de criar um feedback com seus realizadores
e colaboradores para verificar os seus pontos de vista e necessidades. O caminho adotado, então, são referências bibliográficas e
ferramentas de análise e fundamentos de gêneros e formatos e contexto
comunicativo que possibilitassem um diálogo com o caso do programa TV é CIÊNCIA.
Quais pontos convergem e/ou distanciam da sua prática com as do jornalismo
científico e da divulgação científica?
Com essas ferramentas metodológicas, iniciamos a análise do
programa TV é CIÊNCIA, constatando a possibilidade de sua identificação como
produto de jornalismo científico e como ação pública de comunicação da ciência
e tecnologia. Como manda a prudência, não tivemos a pretensão de apresentar
conceitos fechados. Como também, estamos cientes da limitação do trabalho realizado,
o que, aliás, cria uma grande motivação para novos trabalhos.
A pesquisa possibilita, ainda, o registro histórico de uma
iniciativa pioneira na televisão do Espírito Santo, o que poderá servir como
fonte para novos e antigos profissionais na prática diária, bem como para
acadêmicos, pesquisadores e interessados na divulgação e jornalismo científico,
além de poder subsidiar a ação de agentes públicos na implementação e gestão de
políticas de comunicação da ciência e tecnologia. Essa é nossa esperança.
REFERÊNCIAS
ARONCHI
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Brasileira. São Paulo: Sumus, 2004.
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Fabíola de. Jornalismo Científico.
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RIOS,
Aline; MACHADO, Ana; KNOLL, Flaiane; OLIVEIRA, Márcio; PORTES, Marlene; SILVA,
Tiago. Jornalismo Científico:
Compromisso de Divulgar Ciência à Sociedade. Ponta Grossa: Letras e Artes,
2005.
World Federation of Science Journalists. Curso on-line de Jornalismo
Científico; Coordenação da edição em português Luisa Massarani ;
Tradução e Adaptação Catarina Chagas; Ilustração de Kalanders Sempler. Rio de
Janeiro: Museu da Vida/ Casa Oswaldo Cruz/ Fiocruz, 2009.
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